Moisés M. Rodrigues eleito em Brockton

Moisés M. Rodrigues venceu as eleições municipais em Brockton e assumirá a liderança da cidade a partir de 2026, tornando-se o primeiro autarca de origem africana e cabo-verdiana a ocupar o cargo. A vitória, conquistada com uma diferença de 271 votos sobre o vereador Jean Bradley Derenoncourt, foi acompanhada de perto pela população local e pela diáspora cabo-verdiana.

A campanha ficou marcada por forte mobilização das comunidades cabo-verdiana e haitiana, num cenário político em que a representatividade desempenhou papel central. A contagem dos votos manteve o suspense até ao fim, revelando um eleitorado dividido, mas comprometido com a participação cívica.

Num discurso emocionado, Moisés Rodrigues deixou claro que pretende governar acima das clivagens identitárias. “Não há Cabo-verdianos, Haitianos ou outros. Há uma só comunidade: Brockton. É verdade que eu sou cabo-verdiano, e isso honra-me muito. Mas, acima de tudo, eu serei o Presidente de toda a cidade. Os tempos de divisão acabaram”, afirmou.

Aos 64 anos, Rodrigues traz consigo uma longa trajetória de serviço público e envolvimento comunitário. Veterano da Marinha dos Estados Unidos e ex-líder da Cape Verdean Association of Brockton, já havia exercido o cargo de presidente interino em 2019, após a morte de Bill Carpenter. A eleição agora formaliza a confiança dos eleitores no seu projeto, centrado em estabilidade, segurança e inclusão.

O adversário, Jean Bradley Derenoncourt, reconheceu a importância do momento. “Perdemos por cerca de 270 votos. Mas esta campanha mostrou que é possível desafiar o sistema. Fizemos história. Desejo boa sorte ao novo Presidente”, declarou, num gesto que reforça o clima de respeito institucional.

Com a posse marcada para o início de 2026, Moisés Rodrigues promete concentrar esforços na melhoria dos serviços municipais, no reforço da segurança pública e no apoio a programas comunitários, num contexto em que Brockton enfrenta desafios económicos e sociais significativos. Para a comunidade cabo-verdiana, dentro e fora dos Estados Unidos, a sua eleição é vista como um passo simbólico no caminho da representatividade política.

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