O deputado Abraão Vicente usou a tribuna da Assembleia Nacional, durante a sessão ordinária sobre o Estado da Nação, para criticar o que chamou de “indignação seletiva” após a repercussão da reportagem da jornalista Rosana Almeida, da TCV, sobre o novo Hospital Nacional.
Em declarações recentes, o também ex-ministro da Cultura lamentou a falta de solidariedade quando ele próprio e sua família foram alvo de ataques durante períodos eleitorais.
“Político não é saco de pancada”, afirmou Vicente, referindo-se ao ambiente de hostilidade que, segundo ele, muitos parlamentares enfrentam constantemente.
O deputado destacou que, ao longo das campanhas, foi atacado por milícias digitais e militantes partidários, sem que houvesse manifestações públicas de apoio, nem mesmo por parte de jornalistas.
O parlamentar também mencionou seu papel na reforma do setor da comunicação social em Cabo Verde, recordando que foi sob sua tutela que se criou o Conselho Independente e se consolidaram os estatutos atuais da RTC. “Se a RTC tem hoje o estatuto que tem, é graças ao Primeiro-Ministro Ulisses Correia e Silva”, sublinhou.
Abraão Vicente condenou o que chamou de “vitimização excessiva” no caso da jornalista Rosana Almeida e criticou a percepção de que o Primeiro-Ministro não pode reagir publicamente por ser presidente do MpD e chefe do Governo.
O deputado reforçou que os representantes políticos estão constantemente expostos a críticas e, muitas vezes, ao desrespeito.
E concluiu dizendo que os deputados levam por todos os lados e têm que ficar de boca calados. E que os seus filhos, quatro crianças, também têm que ficar calados porque, aparentemente, o bullying contra eles é aprovado.