Ativista e instrutora de passerelle, Simone Simanick Cabral leva para Itália uma mensagem de visibilidade, dignidade e inclusão das mulheres trans cabo-verdianas.
Simone Simanick Cabral, 31 anos, chegou à Itália com um propósito que ultrapassa a dimensão estética de um concurso: representar Cabo Verde no Miss Trans World 2025 e, ao mesmo tempo, reivindicar respeito, igualdade e espaço para as mulheres trans. O evento decorre nos dias 21 e 22 deste mês, em Bréscia, reunindo candidatas de vários países.
Instrutora de passerelle e ativista, Simone tem construído a sua trajetória à custa de perseverança, enfrentando barreiras sociais, discriminação e falta de oportunidades. Para ela, o Miss Trans World é uma plataforma de visibilidade e luta política. “É carregar com orgulho a bandeira da minha terra, dar visibilidade às mulheres trans e lutar pela igualdade de género e pelos direitos da comunidade LGBTQI em Cabo Verde”, afirmou num vídeo publicado nas redes sociais.
Mais do que um título, Simone persegue um objetivo concreto: fundar uma associação que funcione como espaço de diálogo, inclusão e respeito, voltado sobretudo para a comunidade trans. A ideia é criar um lugar seguro onde experiências possam ser partilhadas, necessidades discutidas e projetos construídos de forma coletiva. “Cada passo que dou na passerelle é também um passo para a liberdade, pela dignidade e pela justiça social”, sublinha.
Em 2024, Simone já havia representado Cabo Verde no Miss Star International, onde foi a única candidata do continente africano. Agora, regressa a um palco internacional com mais maturidade, maior reconhecimento e um discurso ainda mais estruturado sobre direitos humanos, identidade de género e cidadania plena.
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